sexta-feira, 16 de março de 2012

Poesias de Março 2012

CONVITE PARA A POSSE DA GOVERNADORIA DE MINAS GERAIS DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL POETAS DEL MUNDO


CONVITE PARA A POSSE DA DIRETORIA DA REPRESENTAÇÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS ( GOVERNADORIA )

DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL POETAS DEL MUNDO


 












A Associação Internacional Poetas del Mundo, entidade sucessora do Movimeto Poetas del Mundo, fundada no Chile, e, regulamentada legalmente via Brasil, a pedido do Presidente Fundador - Sr. LUIZ ÁRIAS MANZO, registrado sob o n° 51.741 – Livro A-182 fls. 203v a 212 do protocolo Livro A-17 n. 318.809 – em 29 de junho de 2010 – Cartório 4º Serviço Notorial e Registral de Títulos e Documentos das Pessoas Jurídicas de Campo Grande-Mato Grosso do Sul – Brasil, por sua Presidente Delasnieve Daspet, CONVIDA para a posse formal da Representação do Estado de Minas Gerais de conformidade com o Artigo 2º, § 4º ao 13º do Estatuto da entidade.

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A solenidade se dará no teatro Jose Aparecido de Oliveira na Praça da Liberdade, 21, Funcionários, Belo Horizonte MG, às 18:00 horas DO DIA 21 DE MARÇO. Logo em seguida acontecerá o evento "Poesias de Março" - pelo Dia Internacional da Poesia, promovido pela Associação Internacional Poetas del Mundo, seccional de Minas Gerais e Instituto de Imersão Latina:



Tomarão posse na direção da Representação para o estado de Minas Gerais da Associação Internacional Poetas del Mundo:



Governador: Newton Emediato Filho

Vice-Governador: Marta Helena dos Reis

Secretário: José Ênio Silva

2º Secretária: Márcia Soares de Araújo Rodrigues

Tesoureiro: Carlos Santiago da Silva Ramalho

2º Tesoureiro: Irineu Baroni Costa

Diretora Jurídica: Flávia Pereira Amaral Moreira

Diretora de Comunicação: Brenda Marques Pena

Diretora de Eventos: Pamilla Vilas Boas Ribeiro

Diretor de Produção Editorial: Aníbal Albuquerque

Diretora de Patrimônio: Eurides Lemos Morais da Cunha

Conselho Fiscal Efetivos:

1) Rozilda Jacinta Lopes

2) Léa Lucia Viana

3) Luiz Gonzaga Marcelino

Suplentes:

1) Jusberto Cardoso Filho

2) Maria Consuelo Aragão de Melo

3) Paulo César Lacerda de Oliveira

E-mail: - re-poetasdelmundo-mg@hotmail.com

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fotos do Lançamento Coletivo Livraria Leitura 11/2011

 Autores: Márcia Simões,  Lucas Valadares, Átila Siqueira, Newton Emediato Filho, Clevane Pessoa, Antônio Rodrigues de Souza.

                           Marta Reis e Átila Siqueira

                    Clevane Pessoa e Antônio Rodrigues de Souza 

                                 

             Clevane Pessoa e artista plástica Marta Burgarelli Romanelli Ribeiro





                                Newton Emediato Filho e Iara Abreu

                Márcia Simões, Lucas valadares, Átila Siqueira, Clevane Pessoa, Antônio Rodrigues de Souza e Iara Abreu

                            Os autores e Jaak Bosmans


 Clevane Pessoa e Newton Emediato Filho Livraria Leitura 11/2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Tempo de Um Livro Conto premiado IV Jornada Guimarães Rosa 2011



Numa pequena cidade, provavelmente nos fins da década de 50, o trem de passageiros, com atrasos imprevisíveis, teve que ficar parado por algum tempo, naquela distante estação. Os viajantes se acomodaram como puderam dentro dos vagões e outros ficaram pela plataforma a zanzar. A notícia primeira seria que o trem atrasaria algumas horas, porém veio a notícia de que passariam a noite toda ali. Como os vagões não ofereciam comodidades nem conforto, os viajantes saíram para satisfazer emergentes necessidades.


Quem mais aproveitou dessa situação fora a dona do café que no meio da plataforma vendia quitandas, salgados... Ela trazia uma enorme chaleira de café quente, na mão direita, enquanto subia por uma escada perpendicular, que ligava a rua de baixo com o nível ferroviário e dona Alzira com uma agilidade impressionante, deixava qualquer artista circense com inveja. Logo em seguida, vinha sua única filha, dona de um corpo escultural e que atraía os olhares maliciosos dos homens. Anina, na trilha da mãe, trazia um cesto apinhado de pastéis a exalar aromas e fumaças... Dona Alzira pedia à filha que buscasse tudo que podia ser vendido. Ah, lá de dentro ia e vinha Anina!...

– Agora sim, a coisa melhorou muito – alguém dentro do trem de passageiros, com a cabeça fora da janela, dizia com brilho no olhar.

Enquanto isso, a cantina improvisada no meio da estação logo enchia de gente... Um daqueles passageiros, com trajes excêntricos, usava terno com gravata borboleta e com ar circunspecto, saboreava a xícara de café e pronunciava com reverência:

– Maravilha de sabor. Por gentileza, mais um bolinho de chuva!...

Os bares rústicos se transformaram em restaurantes e ficavam lotados. Bêbados em um bar de esquina brigaram e xingaram palavrões. Os passageiros de segunda classe, aproveitando a ocasião, se infiltraram nas algazarras, pois com esses divertimentos o tempo logo passava. Um homem, com ar de europeu saía do hotel, ansioso e caminhava pela cidade. Circulava, observava e registrava em sua mente trejeitos e paisagens humanas. Os ouvidos dele funcionavam tal como orelhas de um coelho assustado a perscrutar o eventual risco de vida e seu olfato era semelhante ao das abelhas em busca de néctar...

O cenário era de frio e desolação. Tal senhor desejava enxergar o impalpável, o que pudesse. E procurava ao redor uma companhia, amigo que seja. Queria alguém que dissesse qualquer palavra... O que faz um homem a acreditar em algo impossível e, mesmo diante do deserto, acreditar nas miragens que são as imagens vindas de uma vereda longínqua – imaginava o nobre homem. Pudesse carregava no seu âmago o sertão... Com olhos penetrantes trazia numa das mãos dois volumes de Corpo de Baile e ainda passara horas a caminhar pela cidade, e embora já exausto, não se resignou ao perceber a vacuidade humana.

Pela manhã saía do único hotel que ali havia e que não acomodava a todos. Prosseguia vicejante até que se aproximou de um provável vaqueiro e o saudou: bom-dia...

Como não obteve êxito para um bom início de conversa, logo adiantou a abordagem:

– Bom dia, amigo! Aceite um presente cordial, de bom agrado! – Disse numa tentativa de presenteá-lo com aqueles dois livros.

A perplexidade do sertanejo lhe trouxe um incômodo ainda maior.

– É apenas um presente!... – Completou o senhor.

– Eu não quero! Eu não aceito... Nunca vou ler um livro desse tamanho! Ainda mais dois!

– Pode aceitar, é apenas um presente...

– Mas por que eu? Eu não conheço sua pessoa – e encarava pela primeira vez, aquele homem de rosto radiante, sem entender tamanha ousadia, assim do nada.

O viajante, por fim, depois de muito insistir, conseguiu seu objetivo de deixar naquele fim de mundo, dois livros de sua autoria que teve traduções em diversas línguas. O homem fino e atilado, perfilando-se em seu sorriso fechado, agora de mãos livres, caminhava rumo à estação erma daquele território das Gerais. Prosseguiria viagem à capital do Brasil e de lá voaria até o velho continente com o qual ele também tanto se encantava.

quinta-feira, 31 de março de 2011

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Resumo:

ATRAVESSIA DO RIO PARAOPEBA POR UM CARRO DE BOIS CHEIO DOS PRODUTOS DA LAVOURA. UM RIO VERMELHO DE ÁGUAS BARRENTAS PROVOCADO PELA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ATIVADA PELO HOMEM E, PRINCIPALMENTE, PELAS TRANSNACIONAIS - AS MINERADORES! - QUE EXTRAEM RECURSOS MINERAIS NA REGIÃO DO CHAMADO QUADRILÁTERO FERRÍFERO. NAS ÁGUAS DO PARAOPEBA ZÉ DO BUTECO

O carro de bois, vazio nesse instante, vai atravessar o Rio Paraopeba de águas turvas. Acima das cabeças, as folhas e galhos das árvores ciliares. A sombra salutar. Zé do Buteco abaixa a sua cabeça, arrumando seu velho boné de soldado do Exército. Abana a mão dando sinais aos seus companheiros em procura do melhor trajeto, e na outra mão segura firme sua vara de ferrão.
Ele gosta de tudo de primeira. Espetacular esteira nova e firme nas bem traçadas taquaras. Bons lisos fueiros. Canzis feitos com o melhor pau do cerrado! Os couros, utilizados para fazer os azoios e o tamoeiro, que foram trocados; agora novinhos, e não aqueles puídos pelo tempo. Bois babando no barulho. Muitos deles com chifres, esses bem limados, com argolas. Os nomes foram escolhidos e dados por ele mesmo, Zé do Buteco. Ele elogia, com verossimilhança, que seus bois são os melhores daquelas redondezas e o carro de bois uma beleza só!

Seu Esteves viaja longe à cata de bois iguais para compor o carro, de norma que os bois pareados em junta, obedecendo às cores. E outros carreiros, invejosos ou não, ineptos sim, dizem que atravessar o milho todo naquele rio num carro de bois... somente ele mesmo!... Ninguém é, a não ser Zé do Buteco, capaz dessa façanha.

São quatro juntas, escolhidas a dedo: Rio Grande & Rio Novo, mansos, mesmo assim amarrados com o azoio, ou soga, em suas argolas nos chifres, muito bons de canga e de comando e obedientes na direção vão na dianteira e à frente deles o guia. Este sabe bem que não corre risco de ser ofendido de chifradas; Laranjo & Sereno: são mansos e ladinos em estradas acidentadas ou escorregadias; Chorão & Chumbado: bois mouros e fortes. O Chorão é metido a distribuir chifradas, o batedor, também nos olhos seus sempre escorrendo lágrimas, e Chumbado, boi pesado e lento, vão no meio das juntas; Charango & Mourão: bois de imensa força e espertos – Mourão vale por muitos outros bois juntos –, vão no pé-de-guia. Os bois sem argolas nos chifres são colocados entre as juntas e sem os azoios; livres, sem muita obediência, podem bater em outros bois, obtendo mais saídez e adiantamento no trabalho.

Na barranca do rio o carro de bois desce sem maiores problemas, na praia enormes sulcos de pés de bois e das rodas de madeira e ferro. Nesse ínterim, Zé do Buteco solta um grito, ao qual até mesmo os bois obedecem, e o porquê do alarde: sem razão aparente alguma – desnecessário. Ali perto, nas casas da linha ferroviária, moram mulheres maravilhosas... – “Só mesmo querendo aparecer...eta ferro...”

Na estrada, vencida, o carro de bois vai buscando a beira do rio, aquele lugar que se trafega na fresca da sombra das árvores. O néctar das flores destas, misturado pela ação da poeira levantada, espalha no ar um perfume sublime, naquela manhã de recém-nascido sol. As abelhas, tantas, voam zunindo sobre a poeira e os meninos atentos ao carro de bois, alguns trepam na mesa do carro se apoiando nos fueiros, e outros correm querendo pegar xepa, e uma vez conseguido o apoio necessário das mãos firmes, se encostam na esteira nova de cheiro bom. E eles se deixam cair na estrada só mesmo para depois fazerem o mesmo. O rodízio se fecha com os meninos ágeis aperfeiçoando como pegar carro de bois andando. E assim seguem em direção ao eito.

Zé do Buteco de pose estudada, ereto, no cabeçalho, de propósito, conduz o carro e o faz seguir ligeiro e em seguida quase parando-o. Ele primeiro repara e depois acena para Gugulim com um sorriso largo, de olho em todos. O canto do carro é produzido e também premeditado, quando o tio, além de apertar o cocão, lambuza a chumaceira onde move o eixo da roda de madeira cravada de ferro, com trampa de boi fresca, utilizando as próprias mãos pois não há o chumaço, porque acabou o óleo de mamona. Por acaso evita que o carro de bois pegue fogo. Qualquer malfeito é o bastante, pra Zé do Buteco soltar um grito: “excumungado!” E o carro de bois canta, mesmo sem sinal de peso, porque ele apeou e deu volta e aproximou da roda e apertou bem mais o cocão, apertando ainda mais as cunhas, só mesmo de mamparra e sinagoga, colocando nos mancais pedaços de carvão tirados do fogão de cozinha. Assim é o canto desafinado que se pode ouvir de muito longe. Seu Esteves nota muito bem essas peripécias e não deixa de ralhar na janela do seu quarto, mas já está longe aquele canto, deixando para trás a fazenda. Assim na formalidade, às vezes quebrada, o carro segue indo à roça para trazer os frutos da lavoura. Mas antes deve atravessar o rio.

Na margem deste Zé do Buteco o observa mirando sua calha, e com voz grossa, mas tranqüila, avisa aos meninos que o rio, hoje, está acima do nível e, portanto, muito perigoso para os pequenos. Melhor não irem, diz a eles para não entrar dentro d’água, ele acredita piamente nisso e que ninguém irá desobedecê-lo. Como carreiro Zé do Buteco saiu do comando e caminha rumo à praia acima indo em direção a uma moita. De lá saiu somente de samba canção e, agora, como guiador dos bois, dentro d’água, tomando posse de uma vara de ferrão maior. Mergulhou-se, então, nas águas cor de ferro. Nadando e guiando bravamente as juntas de bois. A força da corrente d’água, adquirida pelo seu volume, traçava um itinerário diferente. A impressão que se tinha era que o carro e os bois, tudo iria a qualquer momento virar a favor da fúria da corrente fluvial. O carro leve em ziguezague quase foi arrastado. Os bois firmes nadando, mostrando suas cabeças e o carro de bois meio flutuando, de mostra só sua esteira, mas controlado pelo guia que, nadando, realiza trabalho perfeito. E em cima do carro os empregados, seguros, sem brincadeiras, sérios, mantinham o equilíbrio do carro, pulando de um lado para o outro, na tentativa de manter o traçado normal da travessia, sem que o carro com os bois virassem. Mesmo saindo da trajetória, o carro deveria chegar no porto, de pedras firmes, do Outro-Lado-do-Rio.

Zé do Buteco sabe muito bem que atravessar o rio com o carro de bois leve é mais difícil que ele totalmente pesado, porque pesado o carro tem atrito poderoso no chão das águas. Porque a própria tração da força exercida pelos bois em equilíbrio com a força da correnteza, irada, faz com que o carro só então siga o caminho certo. Assim os bois não podem deixar de nadar; em nenhum momento, e mostram só suas cabeças, até alcançarem a margem. Zé do Buteco lança fortes braçadas na correnteza e sobe no carro, manobrando e gritando sem trégua, entusiasmando os bois para chegarem ao fim! Tudo isto sendo observado pelos irmãos Mmamaú, Gugulim, Pilão e Meleão na praia do rio. Sendo que o segundo, com muito medo, no fundo torcia para que nada pudesse acontecer, alguma coisa de ruim com o carro de bois e, obviamente, com as pessoas. Ele admira o seu tio padrinho, o mais valente de todos.

Enquanto o carro de bois não volta cheio de milho, eles ficam brincando na praia, fazendo hora, escolhendo a pedrinhas redondas para depois atirá-las na superfície d’água praticando patins, em disputa: – Fiz um, fiz dois, fiz três, fiz quatro... Só?!

Nesse tempo do Outro-Lado-do-Rio, o carro de bois de volta, apontando logo depois das árvores; primeiro, ao longe, no invisível, já se ouve o seu canto pesado, estridente. Zé do Buteco agora afrouxou bastante o cocão, que gira em torno do eixo. Ele, nesse instante, a nado, habilmente reatravessando o rio, cumpre sua tarefa de transportar o milho na época propícia. Logo depois está em cima do carro caminha além do cabeçalho, atrás todo o volume da carga protegida com a esteira, no meio dos bois e quase atinge a chavelha com seus pés.

Mas primeiro Zé do Buteco, no porto do Paraopeba, feito por ele mesmo, prepara as três juntas de bois, tirando-as do cambão, das fortes correntes, para segurar a carga do carro que é a de milho. Cheio. Deixando na frente do carro apenas a junta do pé-de-guia: Charango & Mourão, estes fortes, e as três outras foram levadas para trás, na traseira engatadas na argola da corda que é de ferro situada abaixo da mesa do carro de bois, onde engata o gancho da corrente e esta no gancho da abraçadeira da canga dos bois do pé-de-guia. A bem dizer a argola da corda engatada na corrente serve normalmente para puxar troncos e madeiras. De modo que Zé do Buteco guia, as três juntas de bois atrás do carro, devagar, com muito cuidado e em segurança atingir a margem do rio. Sem esse procedimento o carro de bois corre sério risco de prejuízos de perder toda a mercadoria e até as vidas. Ele pesado, desse jeito, tem de ser segurado por essas juntas de bois por atrás. Em caso contrário, nesse declive acentuado do porto, as rodas do carro e os bois escorregam jogando tudo quanto há dentro d’água.

Quando atinge o rio, o carro já no raso, com a junta de bois Charango & Mourão na frente e as outras três juntas atrás do carro, é preciso refazer o normal do carro de bois. Na calha do rio Zé do Buteco, então, conduz as três juntas de volta à frente do carro, encamboando-as, sem muita dificuldade, já com o seu corpo todo molhado de novo. Finalmente essas juntas ligadas a junta do pé-de-guia, esta continua firme no tamoeiro – correias de couro que engatam na canga dos bois, sendo a primeira junta que é ligada pelo cambão – que são as fortes correntes –, a outras juntas e assim por diante, voltando o carro a ser como era desde o início. As juntas de bois que estavam atrás agora estão na frente enfrentando águas. Mas ele, Zé do Buteco, tem ajuda de guias de fato que estão dando ação: Isidoro, Leco, Mirolando, Luiz e outros carregadores de balaios. No caminho de volta, já na estrada, abaixo da linha de ferro, o eixo do carro de bois aos poucos vai esquentando. Basta secar um pouco e o canto agudo, mascado, torna-se grave até atingir o seu canto estridente, original. As mulheres da cozinha quando ouvem de longe o canto de agudo pra grave do carro de bois, canto arrastado, se apressam no avanço das panelas no fogão de lenha.

Seu Esteves, da janela de seu quarto, ruborizado e esbraveja, não acredita, enche os meninos com suas palavras iradas, ao avistá-los deitados sobre as espigas de milho, ainda molhadas, refletidas pelos raios do sol. Já é quase hora do almoço. Assim o carro de bois entra pelo curral da fazenda e esbarrara de cantar de vez. A porteira bateu... O milho secando... E o movimento dos homens.
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TRECHO DO LIVRO: UM CARRO DE BOIS QUE TRANSPORTAVA LOGOS, EDIÇÃO DO AUTOR, P. 67. 2004 - BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS.